terça-feira, outubro 17, 2006

Devaneio



Expando-me …
Ser de sonhos, gritos que se desfazem em folhas
e pedras que andam com braços
e olhos que nadam numa água de cubos, de túneis
que se afundam, retorcem
e que se elevam na serpenteante arvore dos seres
que se desprendem da terra
e que pairam …
sobre máquinas e tempo
e que se dissolvem em fumo
que sobe para o nada donde a chuva se eleva
como gotas negras que ardem em azul

quarta-feira, outubro 04, 2006

Experiência Cubista

Tenho um olhar ruidoso sobre o sabor amargo de mim,
e trespasso o espaço agitado de quem fui.

Agora ao olhar-me,
escadaria que sobe e curva para fora de quem sou.
Vejo o odor de um bosque,
respiro o rio, que chove neste plano curvo,
e abro a janela por baixo de mim,
livro cujas frases, agrilhoam,
teia sombria de fúria
que me incitam a beber
mundos e medos de mim.

sexta-feira, setembro 29, 2006

O Povo das Sombras

Nesta minha primeira postagem, porque tenho uma superstição simbólica, quero colocar aqui um poema de minha autoria que tem para mim um sentido latente que me transmite força, "O Povo das Sombras "



Nas ruas desfilam assim
Iras, Contidas
Glorias, Suspensas…
As sombras de ninguém

Se uma grita o silêncio a vence.
A prisão inconsciente na quietude permanece

Sou escravo numa servidão livre,
mendigo opulento…
Quero o que não desejo, só querendo o que o mundo quer?
O mundo é hoje  a Democracia

A vida é tirania.

E brado agora bem alto
Estremeçam ora oh sombras
Pois o sangue que em vós dorme.
Foi vida

E essa fúria adormecida erga-se agora
Pois o mundo gira
O homem definha
E o povo é sombra