domingo, novembro 04, 2007

Abre-se a avenida perante mim
num estampido medonho
e vejo essa massa disforme em movimentos turbilhonares,
quase perfeitos,
num alinhamento poli mórfico,
metricamente sincronizado ao caos que a rege
os passos são uma sinfonia orquestralmente distinta
impregnada de contratempos desritmados

sexta-feira, outubro 26, 2007



E parou…
Num sopro gelado
toda a luz se apagou
todo o calor cessou.

A boca aberta tentada a gritar,
fez soar o silêncio do momento
soltando um som gutural
chorado…
cantado...

A cara pálida,
fria,
cortada por lágrimas ferventes
é derradeiro sopro de um fogo extinto.
Sonho perdido numa noite errante.

O brilho dos olhos fugiu apavorado
p’la negrura que invadia o ser,
qual sombra que cresce no final do dia.

Volta o Inverno ao débil coração!


sábado, outubro 20, 2007

Ri, chorei, senti
Aquilo que nunca tive
Nem de tal me deixava chegar
Gelo ardente no frio verão

Como é bom sentir
Viver e amar
Entre a luz e o mar
Como é bom sentir
Sorrir e cantar
Entre o sonho e o acordar

Em meus olhos sinto
Beijos brilhastes
Que desprezo ao acordar
Com a falta de te abraçar

Ai como é bom sentir
Viver e voar
Entre a luz e o mar
Como é bom sofrer e chorar
Quando a dor é saudade de te amar

domingo, setembro 16, 2007

terça-feira, julho 31, 2007

Rasgo este véu que me separa da loucura
E sinto-a invadir-me em ondas de raiva e júbilo
Com ódio do nada e do tudo, que ocupa os espaços vazios
entre este mundo e o outro
o real e a ilusão,
a desejo e a cobardia

Que medo de soltar o monstro
escondido no fundo do poço que sou
que desespero ansioso por oculta-lo
da luz deste impávido dia de refugo.

Confinado a mim,
neste ruído mudo, que me dilacera o corpo,
Sinto-me restos
Não somente p’la corrosiva dor
Mas p’la força de crer ser livre
nesta ira de te ter perto

Rastejo como verme,
nesta existência lodosa
Esmagando-me contra esta corrente de gente,
pálida e dormente

E sinto o mundo sugar-me o sangue das veias
Espezinhando tudo o que cresce
Como ódio rangente do nada que tenta ser gente.

sábado, julho 21, 2007



Na profundidade de mim
tenho saudade do que nunca tive

Que dor do nada que és
Que longe como sempre estiveste
Mas que ânsia tenho de ti
Pois meus dedos sentem teu rosto
Meus lábios tocam os teus
E num grito de alma martirizada, minha pele suplica por ti

É assim que sou sombra
em torno da fogueira que és tu
e ao acercar-me de teu calor
vejo o fim em tua luz

terça-feira, julho 03, 2007

E simplesmente tocou-me, pela letra, pela força e pelo que transmite.

sexta-feira, março 23, 2007

Encerro os olhos…
E elevo-me no caos de um céu,
repleto de sombras relampejantes

Sobe um silencio monocromático
cheiro o verde da brisa
Que enrola as sombras de luz pálida
Projectando os espíritos das coisas

Sinto o cair do tempo
Que cala o som de um segundo
E abandono-me nos dedos mudos da vida

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Sombra de euforia

Hoje minha alma rasga-se
e a fugidia razão me abandona
entre espinheiros de frio
e metal retorcido sobre mim

Minha vontade é papel e tinta
Que me cega
E me faz sentir meu intento
Despido sobre folhas
Corpo de musa que desfila em ondulantes movimentos
Com a sensualidade de um encanto
Que tenta a minha vontade de ser Ser
E me esmaga o ânimo real
E a consciência de estar consciente inconscientemente

Vejo as ideias de quem sou e de quem fui
E não me reconheço
nesse mar sereno de medo e fumo
como bruma que separa do mundo,
os mistérios que me habitam.

Entre a realidade e a ilusão de mim
Sinto um êxtase de sonhos
E navego,
espaço vago de pensamentos,
estendidos num fundo sem cor
que lutam por se impor
à paz que me não ocupa
e me atormentam.
Vigor mórbido
De seres que se ligam a mim
e me tornam mais ser
Do ser que não fui
não serei
mas sou.

Desperto-me,
e em teus olhos
De brilho escuro e amarelo
Que me abalam e espezinham,
entre espaços mortos de presença.
Exaltação de sonhos e formas

Meu medo…
tão sórdido,
por ti tão presente,
tão paralelo a mim
torna-me espectro de tuas vontades.

Sou testemunha de tuas lutas
De escuridão e fogo
Teu universo opaco,
de forças sem fim,
no qual me desprezo e desejo.
Não sei quem sou!
Amo-te e renego-te
mas não sei que és…

Sei que estou imóvel neste caos,
nevoeiro,
corpo sólido de fumo
querendo ser e não ser
querendo o nada
e os sonhos que queimo,
formas fixas e plenas que crio
cavidades apagadas
com medos e seres que não existem.

terça-feira, janeiro 30, 2007


Não!!!
Não sei do que falas…
Meus ouvidos escutam-te,
mas não te oiço com o que sou
nem com o que te daria
Pois és p’ra mim murmúrio,
que dissipo no meu pensamento.

Não!!!
Não sei que falas nas confidencias,
Nem nesses teus pedidos e gritos.
Não grites…
és apatia.
Não peças…
são futilidades.
Nem sequer rias,
pois p’ra mim é morte.

Não!!!
Não sei do que falas…