terça-feira, julho 31, 2007

Rasgo este véu que me separa da loucura
E sinto-a invadir-me em ondas de raiva e júbilo
Com ódio do nada e do tudo, que ocupa os espaços vazios
entre este mundo e o outro
o real e a ilusão,
a desejo e a cobardia

Que medo de soltar o monstro
escondido no fundo do poço que sou
que desespero ansioso por oculta-lo
da luz deste impávido dia de refugo.

Confinado a mim,
neste ruído mudo, que me dilacera o corpo,
Sinto-me restos
Não somente p’la corrosiva dor
Mas p’la força de crer ser livre
nesta ira de te ter perto

Rastejo como verme,
nesta existência lodosa
Esmagando-me contra esta corrente de gente,
pálida e dormente

E sinto o mundo sugar-me o sangue das veias
Espezinhando tudo o que cresce
Como ódio rangente do nada que tenta ser gente.

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